Conhecer a história da música nos permite desfrutar das composições musicais, com base no contexto, influências e elementos técnicos, envolvidos na criação de uma peça musical, ouvindo com maior sensibilidade, captando significados e intenções dos compositores nas suas obras.

A música é uma forma de expressão humana desde os tempos mais remotos. E estudando a história podemos traçar a evolução dos estilos musicais, dos instrumentos, das técnicas e dos gêneros ao longo do tempo, desde a pré-história até os estilos contemporâneos. Compreender a evolução possibilita contextualizar e apreciar melhor a música que ouvimos na atualidade.

A música reflete nos eventos históricos, mostrando uma parte do passado e suas ramificações que construíram nosso presente. A história da música nos ajuda a entender profundamente as culturas passadas e presentes. Ao estudarmos músicas de diferentes tempos e lugares, compreendemos melhor as tradições, os valores e as crenças que moldaram as sociedades. Permitindo perceber as diferenças culturais e amplia nossa visão sobre o mundo.

A história da música se apoia em três pilares essenciais:

Contexto histórico: Compreender como a música se relaciona com a humanidade, considerando o contexto social, econômico, político, religioso, filosófico e cultural de cada período em que as obras foram criadas. A prática musical tem acompanhado toda a nossa jornada histórica, refletindo as circunstâncias de cada época.

Evolução dos Instrumentos: Compreender como os instrumentos musicais surgiram e evoluíram ao longo dos séculos, influenciando a forma como a música é apresentada em relação a nuances de som, timbres e texturas. O tipo de instrumentos usados oferece insights sobre a época em que a música foi criada.

Vida dos compositores: Entender a história de vida e suas relações com o contexto histórico em que viveram, considera-se também os instrumentos disponíveis da época, os lugares que frequentavam e as regiões geográficas em que viveram influenciam diretamente na criação musical. Estudar a vida dos compositores envolve explorar aspectos biográficos, compreendendo como e porque suas composições nos tocam, emocionam e nos transformam.

A música se desenvolveu através dos séculos e os elementos que a compõem que se transformam no decorrer dos seus períodos históricos e deixa rastros no decorrer do tempo. Saber sobre a história da música, desde seu surgimento abre portas para novas perspectivas e nosso papel no mundo.

Amplificar a escuta ativa: criamos uma experiência estética passiva (de fora para dentro) com a música que nos leva a diversos tipos de emoções, e que algumas sensações não conseguimos explicar em palavras. Quando desenvolvemos mais consciência sobre as emoções, fazemos escolhas mais certeiras com o consumo de música e ampliação da experiência sensorial, quanto mais soubermos sobre a história a nossa relação com essa arte fica mais ativa, uma relação de troca com a obra.

Desvendar mensagens ocultas: acessadas somente com o conhecimento. Saber sobre o impacto da música no contexto histórico pode mudar nossa visão de mundo.

Ampliar a cultura: conhecendo sobre a arte musical, a experiência de ir em um show ou espetáculo fica mais enriquecedora.

Bem estar: estudos científicos comprovam que estudar música, melhora nosso estado emocional e mental. Contribui para melhora da nossa capacidade de abstração, raciocínio lógico, equilíbrio emocional como ansiedade e depressão, melhora na atividade cerebral e longevidade.

A melhor maneira de aprender a história da música é de forma cronológica, assim não ficamos com informações incompletas e desconexas, criando recortes que falham em estabelecer conexões com o que vem antes ou depois. Os períodos históricos estão interligados, ultrapassando séculos.

A seguir uma breve análise da peça musical, Ária da Suite Orquestral nº3 em Ré Maior, composta por volta de 1730, na primeira metade do século XVIII, por Johann Sebastian Bach, no final do período Barroco. Essa obra é uma ária, ou seja, uma ópera, uma melodia instrumental facilmente cantada e acompanhada por outros instrumentos, que foca em uma emoção específica no decorrer da trama. Bach escreveu quatro suites orquestradas, sendo um conjunto de peças, com ritmos de danças característicos da período. Em algum movimento e outro saía fora do carácter de dança, como esta ária nº 3, algo incomum pra época. No inicio do século XVIII não eram comuns orquestras muito grandes, um pequeno grupo de músicos já eram suficientes, nesta peça usa-se três trompetes, dois tímpanos, dois oboés, conjunto de cordas formados por violinos, violas, chello, contrabaixo e instrumentos para o baixo continuo. A peça começa, termina e gira em torno do Ré Maior.

O período Barroco vai aproximadamente de 1607, com o surgimento da ópera, e vai até 1750 com a morte de Bach, quase 150 anos. Uma das características desse período é o uso do baixo contínuo, instrumentos capazes de tocar notas simultâneas (acordes), como o cravo, a teorba, o alaúde, que fazem o acompanhamento para instrumentos solistas como o violino, a flauta, o canto, para desenvolverem seu discurso. Na partitura barroca, na linha dos baixos, haviam marcações com números que indicavam quais acordes deveriam ser tocados, porém os instrumentistas faziam as suas próprias escolhas de acordo com seu conhecimento e estilo, gerando interpretações diferentes a cada execução. O chello barroco é composto por cinco cordas, e as cordas dos violinos dessa época eram feitas de tripas de animais, e o ângulo também era diferente na parte final do braço.

E continua...

Pesquisa por Jessica Melinda

REFERÊNCIAS:

Livros:

- Pequena História da Música de Mário de Andrade

Material Didático:

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Site:

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